domingo, 8 de maio de 2011

Apelo

Eu só te peço volta. Volta logo. Volta para mim. Volta antes que já tenha ido embora. Eu não sei por mais quanto tempo vou ficar. Ficar por aqui. Para ti. Eu só te peço fala. Fala p’ra eu não precisar por mais por palavras em tua boca. Fala o que tá aí. Aí dentro de ti. Fala p’ra eu saber. Eu só te peço me dá. Me dá tua realidade p'ra eu parar de sonhar.  Me dá o que eu quero p’ra eu parar de pedir. Eu só te peço trás. Trás de volta  meus pedaços que tu levastes. Trás minhas palavras, minhas promessas. Não me devolva. Mas volta com elas. Dividi esse amor comigo, me ajuda a carregar minhas bagagens. Volta e mata de vez essa sólidão. Essa falta de ti. Corre. Vem logo. E quando tu voltar mesmo se eu disser me deixa. Fica. Fica para mim. Mas não fica por mim, fica por ti. Volta. Volta e fica. E se eu quiser ir embora. Não me deixa ir. Não deixa pois eu não quero. Volta, fica e não me deixar ir. Então... É pedir demais a ti?

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Diálogo [2]

- O que se diz quando não se tem nada a dizer?
-Nada.
-Então...Escuta o meu silêncio.
-Mas sempre foi você que teve as palavras.
-Hoje eu não as tenho. Não para ti.
- Mas eu não sei lidar com teu silêncio.
- É uma pena. Hoje é só o que tenho.
-Então é isso?
- O que?
- O fim
-Nunca tivemos um início ou um meio.
-Você foi a melhor coisa que já tive.
- Mas... Nós não estamos no passado.
-E nem temos um presente
-Isso não é minha culpa
-Eu não estou te culpando... Às vezes as coisas só se perdem...
-Então é isso mesmo?
-O que?
- O fim
- No final das contas os fins são inevitáveis. Mas não. Não é o fim. Nunca é o fim...É só uma pausa.
-Uma pausa?
-Sim
-Você me confunde.
-(pequeno riso) Não. Eu te amo. Só. 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Tempo, mudanças, amor, um monte de coisa...

Existem duas coisas que tento muito aprender a lidar com elas. São: tempo e mudança. Tão parecidas e diferentes entre si. Já dizia uma velha amiga que temos abraçar, beijar. Acolher as mudanças. Trata-las bem e gostar delas. Elas são geniosas. E quase tão carente quanto eu. (risos) Se não tivermos cuidado podem nos destruir. Mas também nos fortalecer. Já o tempo... Ele é dono de si próprio. Não gosta de quem quer controlá-lo ou apressa-lo. Ele tem seu ritmo, seu movimento, seu balanço. Bem aqui estou falando de tempo e mudanças e veio-me a cabeça o amor... Esses dois me ensinaram muito sobre o amor. Hoje em dia posso afirmar que tenho um amor calmo, paciente. Um amor que mudou, mas não passou. Está quieto no seu canto, esperando sua hora chegar. E ele sabe que essa hora vai chegar. Mesmo que ela demore. Eu prometi a mim mesma que não falaria mais de amor, pois desconfiava que o sentido não estivesse nele. O sentido se encontra nas palavras. Mas as palavras também são feitas de amor. Eu, você, todos nós somos feitos de amor. Então desisti e me deixei levar por esse amor. Vou falar dele sempre que ele vier a minha mente, mesmo que o que fale não tenha sentindo ou nexo. Então voltando ao início. Temos que andar de mãos dadas com o tempo e a mudança.  E o amor? Esse é só se deixar levar por ele. Quanto mais se pensa menos sentido se encontra, então para que pensar tanto?

terça-feira, 12 de abril de 2011

Conflitos pessoais

Eu não sei degustar o que sinto. Me afobo, me perco, me atrapalho. O que era para ser bom torna-se destrutivo. E no fim eu sempre fujo. Dou como desculpa meu amor próprio e não minha covardia. Não consigo ir até o fim. Não sei o que é o fim. O fim é demais para mim. Conheço os inícios e os meios dos fins eu fujo. Eu nunca digo adeus. Entretanto a minha busca por sentido se entrelaça com a minha infinda busca por sentir. Mas quando sinto me atropelo. Cheguei a sonhar que um dia quando sentisse seria assim: A Deus, então foi isso que perdi todo esse tempo? Mas não. Comigo nada é tão simples assim. Só quero aquilo que não tenho. Não consigo ter os dois: sentido e sentimento. Talvez porque sentir não possua sentido ou o sentido não esteja no sentimento. Enfim se mandar-me optar por estar seca ou transbordando não vou saber escolher. Talvez estar meia seja a solução, mas eu não sei ser assim.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Outono

Me sinto tão vazia como uma árvore no outono. Minhas folhas murcharam e caíram. Algumas ainda estão esparramadas pelo chão e as outras já foram levadas pelo vento. Não ando pensando tanto, sentindo tanto, sendo tanto. Estou seguindo as estações. E se você me perguntar como estou agora. Vou responder-te: eu estou no outono.

Carta

Não sei o que escrever-te. Mas já que pediu minha palavras, estou aqui dando-as a ti. São as únicas coisas que eu tenho e agora estou aqui compartilhando-as contigo. A razão e o motivo disso é só porque te amo. Nada mais nada menos, só amor. Creio que sofremos do mesmo mal: SAUDADE. Saudade daquilo que já é nosso. Saudade do pronome possessivo meu. Saudade daquilo que já nasceu nosso como nossos pais e irmãos, saudades daquilo que conquistamos com o tempo como sua amizade. Saudade dói, né? A gente fecha os olhos e fica imaginando aquilo que já passou e dá uma vontade de voltar no tempo, imaginamos também as pessoas amadas e dá uma vontade de resgata-las de dentro dos nossos devaneios e abraça-las. Saudade dói, né? Aí nossos olhos se enchem de gotículas de dor e elas escorrem por nossas têmporas caindo ao chão e ferlizando a terra com nossa saudade. Depois disso talvez a dor diminua porque se torna uma dor sua e do mundo. Quem não sente saudade? Só quem não viveu. É amiga, saudade é um mal comum. Aflinge a todos nós meros mortais. Mas saudade passa, amiga. Tudo passa. O tempo se vai e leva com ele tudo. Só deixa o que é verdadeiro. No meu caso ele sempre me deixou você. E mesmo que ele tente te levar de mim eu não vou permitir, querida. O tempo é o senhor de tudo, mas você é mais minha do que dele. O que temos é algo único. Uma amizade muito nossa. Nossos destinos foram traçados na maternidade. Mesmo que não tenhamos nada em comum somos muito melhor juntas. Eu e você realmente somos uma dupla das boas. Portanto amiga de momento o que posso te dizer é: PACIÊNCIA. Espera a saudade passar. Ou então pensa no lado bom saudade. Você tem pessoas e momentos do qual sentir falta. Não é ruim querer algo de volta. Mas lembre-se a mim você sempre tem. Não precisa me querer de volta pois já sou tua. Contigo não tenho dúvidas em arriscar a palavra, amiga. Despeço-me de ti por agora. Por fim te digo. Come essa saudade como uma comida que você gosta e fazia tempo que não provava.

quarta-feira, 9 de março de 2011

A dominadora de mundos

Não existe bicho mais traiçoeiro do que as palavras, meras palavras. Sortudo daquele as possuírem como dom. Podem dizer tanto, com tão pouco. Sábios daqueles que as temem  pois são tantos significados, regras... Elas surgem na minha mente, tantas. Aparecem assim sem pedir permissão, sem bater na porta. As palavras em mim tem vontade própria. Tem dias que as chamo, as peço, as rogo e elas apenas me ignoram. Tem noites que apenas quero dormir e elas vem. Não as quero, mas elas me perseguem. Palavras, sempre conseguem o que querem de mim. O meu interior é assim repleto delas. Talvez eu seja isso: um monte de palavras. Elas me possuem, usam e abusam de mim. Eu sou delas, completamente delas. Não foi eu que as escolhi foram elas que me escolheram. A minha parte é da-las a vida colocando-as no papel pois elas já existem dentro de mim. Para isso eu provo-as, sinto-as e escolho-as. Organizo o emaranhado dentro de mim. Quando estou escrevendo faço amor com elas nos fundimos, nos tornamos cúmplices e apenas um. Palavras, a minha relação mais íntima. Desejo apenas assim viver: semeando as palavras por aí. Palavras, são elas que me eternizarão. Quando um dia quiseres saber o que fui e lembrar de mim: leia-me. Palavras, as únicas capazes que tocar minha alma. Quando escrevo é quando mais sinto, quando mais sou eu. Palavras, eu não seria nada sem elas. E no final das contas se você me perguntar o que tenho eu de direi: Tenho as minhas palavras.