sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Diálogo

- Como escrever o que sinto se eu já não sinto?
- Você está triste?
-Não estou nem triste nem feliz. Eu só não sinto. Como vomitar com palavras o que tem dentro de mim, se já não tem mais nada?
- Está vazio?
-Aham. Sinto-me tão leve que poderia voar.
- Cadê todo aquele amor te que consumia? Cadê as borboletas? Cadê o romance? Cadê? Cadê? Cadê?  
-Se foram.
-Para onde?
- Não sei...Talvez as borboletas tenham voado para longe e o resto foi junto com ele.
-E o seu coração?
- Ah... ele ficou. Ele ainda pulsa, mesmo que lento.
 -E as suas asas?
- Hum...as asas ainda as tenho. Mesmo que eu ainda não saiba voar. Mas um dia eu aprendo.  E nesse dia vou me levar para bem longe daqui.
-Me leva junto?
-Não posso.
-Por quê?
-Porque eu só tenho a mim e é assim que deve ser.
-Você não foi junto com ele?
-Não. Eu fiquei. Fiquei para mim.
- Para mim?
- Não. Para mim. E quer saber?
- O quê?
- Eu estou me querendo agora.
-Então? Do que você reclamava mesmo? 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Amarga solidão

Olhar em volta e ver só o meu próprio reflexo refletido no espelho. Parar para ouvir e escutar só silêncio  preenchendo os meus vazios. Tatear e sentir o vácuo. Inspirar o cheiro de mofo do quarto. Saborear o gosto amargo dessa solidão.  

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Jogo de querer

Vou contar-lhes sobre um amor, que mais parecia um jogo. Um jogo de querer. Era sempre assim: Só queríamos um ao outro quando não éramos solicitados. Quando o outro passava a querer também perdia toda a graça. Pois esse era o jogo: Só te quero quando não te tenho. Quando te tenho já não te quero mais. E foi assim por um bom tempo... Eu pensei que isso fosse amor, mas aí percebi que não. Era só um jogo. Um jogo de querer. Queridos leitores, não confundam amor com jogo. Pois ao fim de um jogo um ganha e o outro perde, entretanto no jogo de querer ninguém ganha. Os dois perdem. Eu perdi a ti e você perdeu a mim. Agora  só resta duas solidões- a tua e a minha, e nenhum vencedor.  

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Isso é saudade ou culpa?

Ando lembrando muito de ti ultimamente. Olho para trás e vejo o quão era bom o que tínhamos. Afogo-me nas lembranças e é impossível não pensar: Ah...como eu era feliz. Feliz com tão pouco, parece que eu era feliz e nem sabia. Então eu paro e penso: Isso é saudade? Não. Talvez seja culpa...Mas eu te quero tanto agora. Sim, talvez seja saudade. Mas já não é aquela saudade boa é aquela dói, que amarga na boca e dá uma vontade de cuspir...Cuspir tudo aquilo que eu sinto, que para mim é tão verdadeiro. É tão teu. E o que fiz? Te deixei ir. Mas o que eu podia fazer além disso? Você nunca foi meu. E agora você se foi e eu continuo aqui...Te querendo. Onde será que eu falhei? A culpa me persegue, não adianta. Talvez isso seja saudade e culpa. Sim, culpa. Culpa por ser tão minha e não me permitir ser sua... Culpa por abraçar tua alma tão fraca e permitir que ela se soltasse da minha...Mas não era a solidão que eu queria? Mas parece agora que eu já não quero mais. Me parece que não existem mesmo despedidas perfeitas... Sempre que deixamos alguém ir, metade de nós vai junto com elas. Culpa, por mais uma vez está aqui te pedindo desculpas por não ter conseguido, não ter sido o suficiente... Aiai e essa saudade que eu invade, esse rosto que não sai da minha mente, essa vontade que me tenta, essa paixão que arde. E tudo se tornou saudade. Um pedaço de saudade com um gole de culpa. É isso que me alimenta.