sábado, 4 de setembro de 2010

Coisa minha

 Satélite


Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A Lua baça
Paira
Muito cosmograficamente
Satélite.
Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas tão-somente
Satélite.
Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionária de atribuições românticas,
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si,
- Satélite.

(Manuel Bandeira)

P.S.: Estava na minha prova de português e eu senti vontade de postar aqui e compartilhar com vocês meus queridos, pois eu gostei muito. A lua me fascina.

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