quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Números versus palavras

Bem hoje teve prova de novo e será assim até o sábado, confesso que já me sinto cansada. E nossos pais ainda dizem: "Vocês não se preocupam como nada, só estudam." Estudar não é fácil. O meu maior problema com o "estudo" são os números, eles não gostam de mim. Sinceramente eu também não gosto deles. Números são tão frios, tão certos. Palavras podem significar milhões de coisas, números não. Os números são lógicos demais, eles não tem a magia de uma palavra. Minha relação com eles é bem conflituosa, talvez seja porque eu pense mais com o coração do que com o cerébro. Já perceberam que todo mundo pensa com uma parte do corpo? Gordos com a boca, meninos com o pênis, pais com o "bolso" (que não é uma parte do corpo, mas eu quis citar mesmo assim). Eu costumo falar que não nasci para os números e sim para as palavras. Na verdade não foi eu que nasci para elas e sim elas que nasceram para mim, elas brotam na minha cabeça do nada e a única coisa que eu faço é coloca-las no papel e ordena-las para ter algum sentido (o que nem sempre eu consigo). Eu me rendi à elas. Eu acho que escolhi para a mim a profissão mais difícil de todas. Lidar com palavras, pois elas podem ser traiçoeiras e dissimuladas. Já dizia Renato Russo: "Palavras são erros...". Talvez se eu tivesse nascido para os números tudo fosse mais fácil, entretanto eu sou das palavras.

"Eu não sou nada, e a desgraça cai sobre minha cabeça e eu só sei usar palavras e as palavras são mentirosas, e eu continuo a sofrer..." Clarice Lispector

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